terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A MOÇA TECELÃ (MARINA COLASANTI)

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor de luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos de algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza. Assim, jogando a lançadeira de um lado para o outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando na sua vida.
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade. E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
- Uma casa melhor é necessária, -disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter palácio? – perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
- É para que ninguém saiba do tapete, -- disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu:
- Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e, jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

A LITERATURA




A literatura...




A literatura é uma arte. Pode ser interpretada, ou seja, entendida de várias maneiras. Ela provoca a imaginação, tendo uma função importante na vida de crianças e do ser humano em geral. Quem não gosta de ouvir ou ler histórias?  Ler ou ouvir histórias é adentrar em um mundo encantador, cheios de mistérios, surpresas. 

Vale a pena ler a reportagem da Revista Escola : "Cinco motivos para ler Monteiro Lobato com os alunos"

http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/cinco-motivos-ler-monteiro-lobato-alunos-686930.shtml

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O PRAZER DE LER



                  Nos últimos anos a leitura tem feito parte da vida da humanidade. O prazer de ler geralmente inicia-se nos primeiros anos de vida, através de um mediador que por sua vez ao ler uma história infantil, um conto, já  introduz a leitura no cotidiano da criança. Ao aprender a ler, a criança aprimora seu gosto pelo leitura e passar ver o ato de ler como necessidade.
                    A leitura nos permite viver novas emoções, a criar e recriar histórias, a estimular a imaginação, a conhecer diversos lugares, novas culturas sem precisar sair de casa, ou seja, nos permite viajar. Com o auxilio dela o individuo independente de idade adquire novos conhecimentos, ampliando assim os seus horizontes.
                   Enfim, a leitura é de suma importância para nossa formação.


Maraysa Lima 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

BIOGRAFIA DE AUTORES IMPORTANTES PARA A LITERATURA INFANTIL

  • Jean de La Fointane 
Nasceu em 1621 em Paris, estudou teologia e direito, mas seu maior interesse sempre foi à literatura. Aos 26 anos casou-se, mas o casamento só durou onze anos, depois disso ele foi para Paris e iniciou sua carreira literária. No início escrevia poemas, mas em 1665 escreveu sua primeira obra, chamada “Contos”. Em 1668 foram publicadas as primeiras fábulas, num volume “Fábulas Escolhidas”, que continham histórias de animais, com um fundo moral. Escrito em uma linguagem simples e atraente, as fábulas de La Fointane conquistaram seus leitores. Outras edições das “Fábulas” foram publicas em vida do autor com novas narrativas. Entre 1664 a 1674, ele escreveu quase todas as suas obras, em suas fábulas contava histórias de animais com características humanas, é considerado o pai da fábula moderna, suas fábulas mais famosas escritas e reescritas são: A lebre e a Tartaruga; o Homem; O Menino e a Mula; O Leão e o Rato; e O Carvalho e o Caniço.

  • Hans Christian Andersen
Nasceu em 1805 em Copenhague, filho de um sapateiro, sua família dinamarquesa era muito pobre. Alguns estudiosos dizem que a avó paterna de Andersen dizia ao seu filho que sua família no passado pertencera a uma classe social mais elevada, mas as investigações não provam isso. Entretanto, a família de Andersen tinha aparentemente ligações com a realeza dinamarquesa. Em 1816 seu pai morreu e ele foi obrigado a deixar a escola, sendo obrigado a trabalhar para ser sustentar, trabalhou como aprendiz de tecelão, e alfaiate. Aos 14 anos se mudou para Copenhague para procurar emprego de ator, com sua voz excelente entrou para o Teatro Real da Dinamarca. Um colega de teatro, disse-lhe que o considerava um poeta, e levando a sério a sugestão do colega começou a se esforças na literatura. Escreveu peças de teatro, canções patrióticas, contos, histórias e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é mais conhecido. Entre seus contos mais famosos, estão: O Abeto, O Patinho Feio, A Caixinha de Surpresas, Os Sapatinhos Vermelhos, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Vendedora de Fósforos, entre outros. Entre 1835 a 1842, Andersen lançou volumes de Contos, livros com histórias infantis traduzidos para diversos idiomas, escrevendo 156 histórias.

  • Charles Perrault
Nasceu em 1628 em Paris, foi escritor e poeta do século XVII, estabelecendo um novo gênero literário, o conto de fadas. Quinto filho de uma família de alta burguesia concluiu seus estudos sozinhos, por ter se desentendido com um professor. Trabalhou como cobrador geral do reino, superintendente de obras públicas do reino, mas foi em 1671 que foi eleito para Academia Francesa de Letras, onde protagonizou uma disputa intelectual. Em 1695 já idoso resolveu registrar as histórias que ouvia de sua mãe e nos salões parisienses. O livro foi publicado em 1697, sob o título de “Histórias ou contos do tempo passado com moralidades”. A publicação rompeu os limites literários da época e alcançou público de todos os contos do mundo, marcando assim um novo gênero, o conto de fadas. É conhecido como o pai da literatura infantil, a maioria de suas histórias ainda hoje são editadas, traduzidas e distribuídas em diversos meios de comunicação.
  
  • Luís da Câmara Cascudo
Nasceu em 1898 em Natal, foi historiador, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro. Passou toda sua vida em Natal onde dedicou0se ao estudo da cultura brasileira. Pesquisador das manifestações culturais brasileiras deixou uma extensa obra, inclusive o dicionário do folclore brasileiro. É considerado um dos intelectuais que mais produziram, ao lado de Pontes de Miranda e Mário Ferreira dos Santos, por ter escrito 31 livros e 9 plaquetas sobre o Folclore brasileiro. Entre suas obras mais famosas, destacam-se: Alma patrícia, Contos tradicionais do Brasil. Geografia do Brasil Holandês, O tempo e eu, entre outros.

  • Irmãos Grimm
Os irmãos Grimm: Jacob nascido em 1785 e Wihelm em 1786 foram dois alemães que se dedicaram ao registro de várias fábulas infantis. Sua família é de origem da cidade de Hanau, seu pai faleceu em 1796 e sua mãe a fim de garantir ao filho mais velho sua carreira jurídica mandou os dois filos para morar com sua tia em Kassel. Jacob e Wihelm estudaram direito. Um de seus professore convidou Jacob para ser seu ajudante numa biblioteca privada, voltando-se durante meses para a literatura jurídica. Data desta época o seu afastamento em relação a temas jurídicos. Os irmãos dedicaram-se aos estudos de história e lingüística recolhendo diretamente da memória popular, as antigas narrativas, lendas ou sagas germânicas, conservadas da tradição oral. Desde 1806, os irmãos Grimm tinham reunido contos e desde 1807 publicados artigos em revistas sobre mestres trovadores. A primeira obra comum dos dois irmãos foi publicada em 1812, Contos da Criança e do Lar, produzindo em 1815 o segundo volume deste conto, e nos anos seguintes foram sendo impressos novas edições completas e reduzidas, e produzindo novas histórias. Na idade de 30 anos Jacob e Wihelm, tinham uma posição de destaque por suas numerosas publicações, vivam juntos com um modesto salário. Suas obras mais significativas são: a reunião de contos para crianças, a coleção de lendas, assim como o dicionário. Com suas pesquisas, tinham dois objetivos: o levantamento de elementos lingüísticos para fundamentação dos estudos filológicos da língua alemã e a fixação dos textos do folclore literário germânico. De qualquer forma, surge uma grande literatura infantil para encontrar crianças de todo o mundo.

“GANGORRA”

 Quando eu desço, você sobe,
quando eu subo, você desce...
Lá fora dança a gangorra,
desde que o dia amanhece...
Desce e sobe, sobe e desce
num compasso sempre igual:
No centro, um ponto de apoio
prende a tábua horizontal!

Há borrões de sol vermelho
na loira manhã sem par,
e a gangorra não descansa,
sobe e desce sem parar...
A gangorra é como a vida,
nos movimentos que tece;
quando eu desço, você sobe,
quando eu subo, você desce...
Você, que ficou no alto,
não deve de mim sorrir;
você terá que descer,
quando eu tiver que subir!
(Gioia Junior)

HORÁRIO PARA LEITURA



È muito importante reservar um horário para leitura, e isto deve ser inserido no cotidiano das pessoas na fase da infância, pois é neste momento que as crianças vão despertar seus interesses e curiosidades. Os pais tem um papel fundamental neste processo, pois serão eles os responsáveis por incentivar seus filhos á introduzir o ato da leitura no seu dia-dia; os pais também podem e devem participar deste momento junto da criança, principalmente daquelas que estão no início da alfabetização, fazendo perguntas sobre a história que estão lendo, formando assim um leitor crítico.

Giselle Basilio

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O RATINHO, O MORANGO VERMELHO MADURO E O GRANDE URSO ESFOMEADO



Autor: DON E AUDREY WOOD
Tradução: Gilda de Aquino
Editora: Brinque-Book

Este livro conta a história de um ratinho que aos despertar deseja colher um morando vermelho maduro. E fica assustado ao ouvir falar do grande urso esfomeado que adora morango vermelho maduro e que sente o seu aroma a quilômetros de distancia. O ratinho ao colher o morando fica apavorado tentando protege-lo do grande urso esfomeado , enterra-o, prense-o com correntes, até se disfarça tudo para proteger o que agora é seu.  A solução para o problema é dividido o morando com que o alertou sobre o grande  urso esfomeado.  Não se sabe se de fato existe um urso esfomeado ou se era estratégia de quem o avisou para poder ter parte daquele morango vermelho maduro.